Bebê morre após cirurgia em maternidade no AM; mãe denuncia dose alta de anestesia

  • 04/12/2025
(Foto: Reprodução)
Pedro Henrique Facão Divulgação O bebê Pedro Henrique Falcão, de 1 ano e 7 meses, morreu no dia 11 de novembro durante uma cirurgia na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. A mãe, Stefany Falcão Lima, afirma que o óbito ocorreu após um erro na dosagem de anestesia. Segundo Stefany, ela presenciou todo o procedimento no Centro Cirúrgico e relatou que, após a sedação inicial não surtir efeito, o anestesiologista Orlando Calendo Ignacio Astampo aumentou a dosagem dos medicamentos. O bebê apresentou queda na saturação, piorou rapidamente e morreu em seguida. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso. O g1 tenta contato com a defesa de Orlando. A mãe relatou que a criança foi levada inicialmente à Unidade Básica de Saúde (UBS) com dores no ouvido. Durante os exames, o pediatra identificou que o bebê tinha fimose e iniciou tratamento. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Veja os vídeos que estão em alta no g1 Dias depois, a criança retornou à UBS e foi encaminhada ao hospital, onde passou por avaliação e seguiu para cirurgia. Stefany também afirma que o anestesiologista iniciou a intubação sem ventilação adequada e não pediu ajuda imediatamente. "Ao notar que a saturação e os sinais vitais de meu filho estavam caindo progressivamente, e percebendo a inércia do anestesiologista em buscar ajuda adequada, eu mesma pedi para a enfermeira do centro cirúrgico chamar o pediatra da unidade. O anestesiologista não pediu ajuda de forma proativa", disse. Documentos obtidos com exclusividade pelo g1 apontam que o pediatra chegou à sala e iniciou manobras de reanimação. Durante o atendimento, questionou o anestesiologista sobre as medicações utilizadas, mas não obteve resposta imediata. O profissional também registrou que a sala não estava preparada para atender pacientes pediátricos. O diretor clínico da unidade, Daniel Mota, confirmou que o anestesiologista começou a atuar no hospital entre 2020 e 2021, após processo seletivo. Segundo ele, o médico pediu exoneração depois do caso. "A nossa função é dar todos os esclarecimentos possíveis. Inclusive a mãe já tem acesso a prontuários, à documentação, a relatórios da equipe que participou do procedimento do paciente. Foi uma decisão dele em pedir exoneração. A gente já tem outro anestesista na unidade. Segundo ele, não tinha mais condições, até mesmo psicológicas, de continuar na unidade e ele mesmo pediu a exoneração", explicou. Família teme fuga A advogada da família, Doracy Queiroz, afirma que há risco de fuga do médico e que isso pode dificultar a aplicação da lei. “Impacta com certeza, visto que existe um risco iminente de fuga do médico, que inclusive é estrangeiro e pode se evadir para o exterior e dificultar a aplicação da lei em razão de sua conduta", disse. Ela também diz que a postura do profissional reforça a necessidade de medidas cautelares. “Seria o caso até mesmo da apreciação do pedido de prisão preventiva, visto que ele inclusive encontra-se vendendo seus bens na cidade, desfazendo-se de sua empresa local, deixando clara sua intenção de se evadir da cidade". Doracy destacou ainda que a venda dos bens pode prejudicar a reparação à família da vítima. "A questão da venda também dos bens acaba impactando num pedido futuro de indenização para a família da vítima, pois o médico está dilapidando seu patrimônio. Caberia até a questão do bloqueio desses bens". LEIA TAMBÉM Caso Benício: médica e técnica de enfermagem ficam frente a frente em acareação nesta quinta; o que cada uma disse até agora VÍDEO: Imagens mostram médico em bar horas antes de não comparecer para fazer parto e bebê morrer no AM Investigação O caso foi registrado no 37º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo no dia 20 de novembro, que abriu investigação para apurar as circunstâncias da morte. No entanto, segundo a advogada da família, Doracy Queiroz de Oliveira Neta, o inquérito ainda não avançou. O delegado Valdinei Silva afirmou que o caso foi registrado como homicídio culposo, decorrente, a priori, de imperícia médica, e que os depoimentos já começaram. "Vamos solicitar documentação do hospital, ouvir também toda a equipe que estava no momento do procedimento para a gente apurar a responsabilidade de fato que ocorreu. Já ouvimos a advogada que fez a representação e está marcado também para a gente ouvir a mãe da vítima. A gente ainda vai ouvir até segunda-feira, início da próxima semana", disse. Ele acrescentou que, por enquanto, não há necessidade de prisão preventiva do médico. "Não, à priori não existe necessidade de uma prisão preventiva. À priori não. Agora, se a gente ver que há dificuldade no decorrer das investigações ou algum embaraço a gente pode solicitar a prisão". Bebê foi atendido por infecção urinária Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/04/bebe-morre-apos-cirurgia-em-maternidade-no-am-mae-denuncia-dose-alta-de-anestesia.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Anunciantes